Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos, desses milhares, desejarei algumas centenas, mas dessas centenas de mulheres, estarei amando só uma.
E porque essa e não outra? O que me fará ter medo de perdê-la? Que parte desse corpo, que gesto dessa mulher, que palavra?
O jeito de levar a mão à cintura, uma mecha de cabelo que cai sobre a testa, o livro que lê sozinha na praia.
São necessários muitos acasos, uma teia de coincidências, para que eu a encontre.
Enquanto isso não acontece, estou condenado a buscá-la, em estado de suspensão, com o espírito confuso, flutuando como o mar, soprando como o vento.
Sem verdade, nem palavra.